Summary: Todos nós estamos administrando a nossa vida. Como pessoas normais, descobrimos que não temos tudo para a nossa vida pessoal, familiar, profissional. Conseguimos diagnosticar acerca do que precisamos: Compartilhar os achados divnos em nossa vida!

Introdução

A) Ter coisas em nossas mãos é muito bom! Produz alegria intensa!

B)Quem não se alegra por ter uma identidade? Uma vida? Uma formação acadêmica? Uma formação profissional? Uma vocação?

C)Quem não se alegra pelo fato de possuir bens? Por poder possuir uma casa? Uma chácara? Um veículo? Um bom salário?

D) Entretanto, existe uma pergunta que tem inquietado a minha alma: Por que se "alegrar" pelo fato de possuir coisas?

E) E quando perco a algo que tinha em meu poder, choro amargamente esta perda e depois de muita busca consigo achar ou reconquistar o que havia perdido?

F) Ah! Então a alegria é dobrada, duplicada. Sinto esta alegria em dobro!

G) E aí? De onde vem esta capacidade de me alegrar pelo fato de possuir coisas?

H) Seria fruto da manifestação da graça divina em minha vida?

I) A grandeza de minha alma consiste em alegrar-me porque possuo coisas? Ou porque tenho achado coisas que outrora havia perdido?

J) Uma vez eu vi um veículo movendo-se em baixa velocidade que despertou um cachorro para correr e latir incomodado com o pneu que rodava. Depois de alguns metros o carro parou! Quando o cachorro viu o pneu parado, não soube o que fazer com aquele pneu! Olhou para um lado, olhou para o outro lado, colocou a cauda entre as pernas e voltou para o seu lugar!

K) Às vezes, quando me alegro pelo fato de possuir coisas ou achar coisas que eu tinha perdido, sinto-me com uma atitude semelhante a daquele cachorro. Sem saber o que fazer quando a roda pára!

L) Fico pensando se a alegria em possuir ou achar coisas se é um fim em si mesma? Ou é apenas uma manifestação GRITANTE de minha egocentricidade?

Caso 1

Meu pai nasceu na cidade de Murtosa. Ela fica no Distrito de Aveiro. A cidade de Aveiro é bem conhecida pela sua famosa ribeira. Aveiro fica ao norte de Portugal, logo abaixo da cidade do Porto.

Meu pai nasceu num tempo muito difícil, entre a primeira e a segunda guerra mundial. Ele nasceu em 21 de julho de 1939.

Aos nove anos de idade, ele perdeu o seu pai. Sendo o meu pai, o irmão mais velho de uma família de 5 irmãos assumiu a posição de arrimo de família. Aos 18 anos, ele tomou uma decisão por causa da obrigatoriedade de se apresentar no exército, em condições muito rígidas, naquele momento pós-guerra. Fazia apenas 12 anos que cessara a 2ª Guerra Mundial, ele resolveu não se apresentar ao exército, como muitos jovens de sua idade fizeram e vir para o Brasil. Na cidade do Rio de Janeiro, ele conheceu a minha mãe, se casaram e tiveram 5 filhos. Eu sou o filho mais velho. Desde cedo andei com meu pai. Aos dois anos de idade, minha mãe me levava para o estabelecimento comercial da família. Meu pai saia para fazer compras. Minha mãe ficava ali. Na parte interna do balcão, instalava-se o meu berço. Aos quatro anos de idade, meu pai já me levava consigo para fazer compras. Sustentando-me pela mão direita dele, meus pés mal tocavam o chão. Cresci com ele em todos os aspectos. Aos catorze anos de idade, eu já havia recebido tanto de meu pai que gerenciava uma das firmas dele. Recebi muito de meu pai durante toda a minha vida! Mas, éramos apenas companheiros de jornada! Entrei em crises muitas vezes, porque detectei que me faltava uma coisa naquele relacionamento com meu pai: Não éramos amigos – não havia diálogo entre nós! Apenas conversas sobre as coisas triviais do trabalho e da vida! Meu pai nunca pôde desenvolver um relacionamento com o seu pai devido ao fato de ter perdido o seu pai quando tinha apenas nove anos de idade.

Aos 22 anos e meio fui pai - era o meu primeiro filho, depois tivemos a alegria de ter mais dois filhos. Com estes três filho adentrara em uma nova fase de vida. Quando eu tinha 25 anos, na semana que antecedeu o segundo domingo de agosto de 1987 – data em que se comemora o dia dos pais, eu escrevi uma carta com cinco folhas para meu pai. Nesta carta eu abri o meu coração e disse que desejava conhecê-lo como meu amigo, como aquele que participaria de meus fracassos e meus acertos. Ele veio à minha casa, conversamos, choramos juntos e ali começamos uma nova caminhada. Alegrei-me muito por ter encontrado esta amizade, este diálogo que estava perdido no tempo. Entretanto, passado algum tempo comecei a questionar-me: Qual a razão de minha alegria? Bem, respondi eu prá mim mesmo: Achei algo que estava perdido! Mas, a resposta não me convenceu! Senti que toda a minha busca estava voltada para a minha egocentricidade! Eu estava buscando algo, unicamente, para a minha vida!

Caso 2

Um garoto aos cinco anos de idade chamado Alexander Fleming havia perdido seu pai. Sua mãe casa-se novamente e dois anos depois morre. O padrasto toma conta dele e três anos depois, quando Alexander estava com dez anos perde o padrasto. Uma tia de Alexander Fleming, a única parente de sua vida assume a sua tutela. Depois no dia em que Alexander completa doze anos de idade, ela morre. Ali estava Alexander com apenas doze anos de idade e sozinho no mundo. Foi para um orfanato. Marcado pelas perdas das pessoas mais importantes de sua vida, teve uma vida muito difícil. Na escola, por causa de seu aspecto franzino, de ser calado e de ser alguém de pouco convívio social era menosprezado pelos colegas.

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Todos os professores o rotulavam como aluno problemático. Nenhum dos professores aproximava-se dele, com exceção de uma única professora.

Esta professora resolveu aproximar-se dele e o ajudou por vários anos em suas necessidades, pacientemente dia após dia, até ele completar o seu ciclo de estudos secundários. Alexander Fleming através da ajuda dedicada da professora conseguiu achar a alegria da vida, a alegria por estar vivo apesar de ter perdido toda a sua família.

Trinta anos se passaram e esta professora, agora com 62 anos, veio a ser acometida de uma grave enfermidade. Depois de padecer nas mãos de muitos médicos e não encontrar a cura, foi informada de que só havia um médico em todo o mundo que poderia curar a sua enfermidade.

A professora foi conduzida a este médico na cidade de Londres. Ela foi atendida por este médico, mas estava preocupada o tempo todo com o preço do tratamento, pois estava informada de que era muito caro e ela não dispunha de todo este dinheiro. Enquanto ele a auscultava e já aplicava o medicamento que iria salvar a vida daquela professora, ela, com a voz trôpega dizia: - Doutor, eu não tenho dinheiro para pagar este tratamento! Entretanto, o Dr. Alexander Fleming ao constatar que estava diante da professora que o havia ajudado a encontrar alegria da vida, tranqüilizou-a, dizendo: "Não se preocupe com o preço de seu tratamento, ele já foi pago pela senhora faz muito tempo. Eu sou Alexander Fleming! Alexander Fleming era um médico bem sucedido, bem conceituado e renomado cientista!

Será que a alegria de Alexander Fleming consistia em ter se achado como ser humano?

Evangelho

Deste texto podemos tirar algumas lições importantes:

1. A mulher administra o que tem em suas mãos – sabe exatamente quantas moedas tinha : 10.

2. Ela era uma pessoa normal, não era perfeita – tinha imperfeições: perdeu uma moeda! Ela estava sujeita aos problemas da vida, às perdas da vida!

3. Entretanto, logo fez um diagnóstico – se deu conta de que faltava uma moeda.

4. Tinha consciência da perda – possuía uma elevada consciência de suas perdas, mesmo tendo em suas mãos 9 partes, soube valorizar uma parte que se havia perdido.

5. Acendeu a candeia – buscou recursos extras.

6. Fez a sua parte – varreu a casa. Teve humildade. Não mandou uma das servas, mas ela mesmo fez tarefa que estava abaixo de suas habilidades.

7. Buscou com diligência – teve uma pronta atitude.

8. Perseverou na busca até achar a moeda perdida – foi até o fim.

9. Alcançou o alvo/objetivo – achou a moeda que se propusera a encontrar.

10. Convocou as amigas e vizinhas – fez pontes. Isto exigiu esforços dela. Foi a várias casas e marcou um evento.

11. Partilha – alegrai-vos comigo, porque já achei a moeda perdida.

O que esta mulher me ensinou?

A mulher não se deu por satisfeita em alegrar-se por causa da moeda encontrada. Ela convocou outras mulheres! Compartilhou algo importante: Sabe aquela moeda que eu perdi e passei vários dias procurando? Vocês estão lembradas disto, não? Era uma única moeda, mas era tão importante como as outras nove que eu não tinha perdido. Esta moeda perdida fazia parte de uma coleção muito importante de dez moedas e quando eu fui vender eu havia descoberto que as nove moedas não valiam nada sem a décima moeda, porque o importante era todo o grupo delas.

Eu quero partilhar algo com vocês que é mais valioso do que a coleção das dez moedas: Deus ensinou-me a ir em busca de coisas que eu julgava estarem perdidas para sempre! Vocês podem aplicar a isto em suas vidas!

Maria busque o seu filho José que saiu de casa!

Isabel vá atrás de seu marido e recupere o amor dele por você!

Ana vá em busca de sua mãe, peça-lhe perdão e recupere a relação de mãe e filha!

Esta mulher ensinou-me que existe algo que é maior do que a alegria do achado! Este algo maior é a ALEGRIA DA PARTILHA.

Caso 1

Quanto à minha história, eu quero dizer a vocês que passados uns dois anos, eu pude começar a compartilhar a minha experiência com pessoas ombro-a-ombro, em grupos pequenos, em seminários, em eventos da família. Entretanto, eu que esperei 25 anos para começar um relacionamento de diálogo e de amizade com meu pai, já estou a 20 anos crescendo em diálogo e em amizade meus filhos. Hoje, eu posso dizer que a alegria da partilha com os meus filhos e tantas outras pessoas é MAIOR do que a alegria do meu achado!

Caso 2

Dr. Alexander Fleming não ajudou somente a sua ex-professora. Sua alegria não ficou ali, ou seja, na satisfação de ter encontrado a alegria da vida, mas ele também descobriu a alegria da partilha e por muitos anos ajudou a centenas de pessoas a serem curadas de sua enfermidade.

Implicações

1. Todos nós estamos administrando a nossa vida.

2. Como pessoas normais, descobrimos que não temos tudo para a nossa vida pessoal, familiar, profissional.

3. Conseguimos diagnosticar acerca do que precisamos.

4. Temos consciência do que nos falta.

5. Acendemos a nossa candeia – buscamos recursos extras – para alcançarmos os nossos objetivos.

6. Cada pessoa faz a sua parte para poder entrar num novo patamar de vida.

7. Cada pessoa busca com diligência pelos recursos necessários.

8. Perseveramos até aqui nesta busca até o presente momento.

9. Estamos alcançando o objetivo de nossas vidas.

10. Mas, e aí? Vamos ficar apenas com a alegria do achado? Ou vamos realizar a partilha do nosso achado para sermos participantes também da alegria da partilha?

Rev. Alberto Matos